O Educar e a Paixão Atemporal

Publicado em: 19/08/2020
Publicado em: 19/08/2020

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Uma reflexão sobre a nova normalidade

As adaptações dos formatos de ensino para os alunos da Educação Básica de todo o mundo – impostas como necessárias devido à pandemia pela qual todos fomos assolados – têm sido pauta de amplos debates, várias produções de artigos, formações e palestras. Diariamente, inúmeros especialistas, consultores e profissionais diversos da área da Educação compartilham, na web, desde análises comparativas entre os antigos modelos e os atuais a novas práticas galgadas sobre contundentes argumentos a respeito de qual será o futuro da Educação.

 

Graças aos esforços de inúmeros e corajosos profissionais – e também de todo cidadão que fez sua parte no combate à transmissão do coronavírus – em breve, felizmente, voltaremos ao normal. Mas serão as coisas absolutamente como eram antes? Especialistas de muitas áreas têm falado sobre o surgimento de um novo conceito de normalidade. Se sairemos deste momento aterrador melhores ou não só o tempo dirá. Mas certamente seguiremos a jornada de maneira diferente.

 

Essa incerteza coletiva implica que este texto não satisfará o desejo do leitor que dele quiser servir-se para respostas definitivas sobre qual o caminho correto da Educação pós-pandemia. Lamento o fato. Mas afronto a perda deste leitor com a esperança de oferecer a muitos outros uma reflexão simples e leniente.

 

Você tem consciência do que o levou a ser professor? Lembra-se dos blocos que foram se alinhando para formar no seu espírito o caminho da docência? Quanto a mim, emergem alguns fragmentos diáfanos dos momentos de brincadeira em que colocava o meu irmão mais novo sentado para lhe “dar aulas”. Mas, muito mais vívidos, sobrenadam na minha memória os professores inspiradores que me fizeram pela primeira vez acreditar em ensinar.

 

Lembro ainda do primeiro dia em que entrei em uma sala de aula para ensinar. Você lembra do seu primeiro dia? Provavelmente sim, ainda que nossas memórias desbotem os detalhes mais deléveis. Fisionomias e nomes desvaneceram, mas lembro-me da insegurança diante da responsabilidade de ajudar a desenvolver aqueles pouco mais de quinze alunos. Os cenários, as circunstâncias e o público mudaram. Contudo, o propósito segue o mesmo: o de ensinar e de ser uma eterna aprendiz.

 

Muitas vezes sentimo-nos levados aos lugares em que estamos pela correnteza da vida. Mas a verdade é que, em nós, educadores em um Brasil de asfixiada valorização do docente, há uma convicção essencial que nos faz permanecer no ramo, apesar dos desafios. Sabe aquela fé que lá atrás nos fez dar o primeiro passo na vereda do professar? É ela que nos impulsiona ainda na eterna caminhada de educar. Ensinar é ajudar um ser humano a florescer, é um ato de amor. E aqui elaboro meu ponto de reflexão com mais clareza: por mais difícil que seja a reinvenção da maneira de ensinar que esse momento nos demanda, podemos respirar e não cair em desespero. Temos o know-how de como fazer a educação acontecer em um país que historicamente sempre a deixou em um cenário delicado. Trocaremos experiências, dialogaremos, estudaremos. Adaptaremos estratégias, criaremos novas. Se já não há como voltar de onde paramos, então inauguramos um novo começo. Investiremos uma vez mais nossa fé inabalável na arte de educar a fim de superar os novos desafios, porque é o que vínhamos fazendo, porque já nos reinventávamos antes: porque temos amor pelo que somos capazes de transformar como educadores.

Marcela Barros é responsável pelo relacionamento institucional com a Associação Nacional das Escolas Católicas (ANEC) e também Gerente de Customer Experience na International School. Possui MBA em Gestão e Liderança pela PUC do Rio Grande do Sul, Bacharel e Licenciada em Letras Clássicas e Vernáculas, Língua Inglesa e respectivas Literaturas pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé (FAFIMA). Especialização em Gênero e Diversidade na Escola pela UFRJ além de diversas certificações internacionais em Proficiência da Língua Inglesa. Atuou como professora em escolas Brasileiras e Internacionais no Ensino da Língua Inglesa.

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