Desenho universal para aprendizagem: conceito, aplicações e relação com inclusão

Editoria IS

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Publicado em dezembro 17, 2025

Material escolar colorido disposto criativamente em superfície de fundo colorido, incluindo caderno, lápis de diversas cores, canetas, tesoura e outros itens de papelaria que representam ferramentas de aprendizagem visual e tátil, integrando variedade de estímulos para apoiar múltiplos estilos de aprendizagem (Desenho Universal para Aprendizagem).

A adoção do desenho universal para aprendizagem (DUA) tem acrescido debates sobre inclusão, acessibilidade e equidade no sistema educacional. 

A abordagem dialoga com políticas nacionais e internacionais e propõe um planejamento pedagógico capaz de antecipar barreiras antes que elas comprometam o acesso ao currículo. 

Em resumo:

  • O desenho universal para aprendizagem organiza práticas pedagógicas que ampliam o acesso ao currículo, fortalecem a inclusão e atendem diferentes formas de engajamento, representação e expressão.
  • Planejamento flexível, recursos multimodais, avaliações acessíveis e antecipação de barreiras sustentam a aplicação do DUA e ampliam a participação de todos os estudantes.
  • A integração entre formação docente, uso de tecnologias educacionais e entendimento dos princípios do DUA cria condições para que escolas implementem práticas mais equitativas e alinhadas às diretrizes contemporâneas de inclusão.

Veja mais informações abaixo. 

O modelo fortalece práticas que valorizam diferentes modos de engajamento, representação de conteúdos e expressão da aprendizagem.

Estruturada internacionalmente pelo CAST (Center for Applied Special Technology ou, em português, Centro de Tecnologia Especial Aplicada), essa perspectiva deriva de pesquisas em neurociência cognitiva e ganhou espaço em escolas brasileiras com orientações do MEC

A seguir, confira o que é o desenho universal para aprendizagem, como ele se diferencia do desenho universal de origem arquitetônica e quais caminhos práticos podem ser adotados para abranger a participação de todos os estudantes.

Veja também: Acessibilidade escolar: conheça os fundamentos e as práticas na sala de aula

O que é desenho universal para aprendizagem (DUA)?

O desenho universal para aprendizagem, também chamado de DUA, é um modelo pedagógico desenvolvido pelo CAST para aumentar as condições de acesso, engajamento e expressão no processo de aprender. 

O modelo propõe que o planejamento escolar considere, desde o início, diferentes perfis de estudantes, evitando ajustes pontuais que respondem apenas a dificuldades já existentes.

A abordagem articula três eixos fundamentais: múltiplas formas de engajamento, múltiplas formas de representação dos conteúdos e múltiplas formas de ação e expressão. 

A combinação desses elementos fortalece a participação no currículo e contribui para ambientes mais equitativos, alinhados às políticas de acessibilidade e inclusão do MEC.

Engajamento por diferentes caminhos de participação

Engloba alternativas que respeitam motivações, interesses e ritmos. Estratégias como escolha de atividades, desafios graduais e propostas colaborativas ampliam o vínculo com a rotina escolar e apoiam a autonomia.

Representação dos conteúdos em formatos variados

Considera que a compreensão pode ocorrer por diferentes vias sensoriais e cognitivas. 

O planejamento integra textos, imagens, áudios, vídeos, gráficos ou objetos manipuláveis, o que reduz barreiras e a dependência de um único tipo de material.

Múltiplas formas de ação e expressão

Incorpora alternativas para que cada estudante demonstre o que aprendeu. 

A produção pode ocorrer por registros escritos, apresentações orais, recursos visuais, atividades práticas ou tecnologias digitais, favorecendo diferentes perfis de aprendizagem.

Exemplos de desenho universal para aprendizagem aplicados ao cotidiano escolar

Podem incluir tarefas digitais acessíveis, mapas visuais de atividades, explicações multimodais, propostas em níveis de complexidade ajustáveis e ambientes colaborativos.

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Aplicações do DUA na prática pedagógica

A implementação do desenho universal para aprendizagem depende de decisões estratégicas no planejamento e na organização da sala de aula. 

As práticas não exigem substituição completa do repertório docente, mas sim reorganização de recursos e abertura de caminhos para participação mais ampla. 

O DUA funciona como orientador para antecipar barreiras e diversificar experiências pedagógicas, como, por exemplo,

Organização de atividades com diferentes níveis de apoio

As tarefas podem ser estruturadas com instruções claras, exemplos, modelos e recursos de suporte, garantindo que todos tenham caminhos possíveis para concluir a proposta. Essa gradação evita exclusões decorrentes de atividades rígidas.

Utilização de recursos multimodais para amplificar a compreensão

A oferta de vídeos, podcasts, mapas mentais, textos simplificados ou materiais manipuláveis contribui para alcançar estudantes com diferentes formas de apreensão. Afinal, a diversidade de formatos favorece o aprendizado contínuo.

Ambientes que incentivam a colaboração e a autonomia

Estratégias como rotação por estações, tutoria entre pares e grupos de trabalho orientados ampliam interações e criam oportunidades de participação mais equilibradas, reforçando a equidade no processo educativo.

+ Como melhorar a infraestrutura da escola? Veja dicas e qual a importância para a aprendizagem

Relação entre o DUA, acessibilidade e inclusão

A integração entre o desenho universal para aprendizagem e a acessibilidade se baseia na eliminação de barreiras pedagógicas antes que elas comprometam a aprendizagem. 

O modelo amplia a compreensão tradicional de acessibilidade, que muitas vezes se concentra apenas em adaptações físicas ou tecnológicas. 

No DUA, a acessibilidade envolve também práticas didáticas, organização da rotina, materiais utilizados e estrutura das avaliações.

O processo fortalece a equidade ao permitir que mais estudantes tenham acesso, permanência e participação efetiva nas atividades escolares.

Dessa forma, a relação entre DUA, acessibilidade e inclusão visa:

Acessibilidade como elemento integrado ao planejamento

Os materiais e atividades são elaborados considerando diferentes formas de participação, evitando adaptações posteriores. Isto é, a prática reduz barreiras relacionadas ao conteúdo, à linguagem e à complexidade das tarefas.

Promoção da participação plena

As estruturas e rotinas são organizadas para diminuir obstáculos sensoriais, motores, cognitivos e comunicacionais. Isso amplia condições de engajamento e favorece a continuidade nos estudos.

Articulação com políticas e marcos normativos

O DUA se alinha a orientações do MEC e a referências internacionais do CAST, reforçando uma perspectiva de inclusão que vai além de acessos físicos e contempla práticas pedagógicas acessíveis.

+ Educação inclusiva: estratégias para criar ambientes acessíveis e diversos

Do desenho universal aos princípios que sustentam o DUA

O desenho universal surgiu inicialmente em áreas como arquitetura e design, com o objetivo de desenvolver produtos, equipamentos e espaços que pudessem ser utilizados pelo maior número possível de pessoas. 

A lógica ganhou força ao priorizar soluções que não dependessem de adaptações específicas, ampliando a ideia de acessibilidade estruturada desde a concepção.

Ao migrar para o campo educacional, essa perspectiva se tornou fundamento para o desenho universal para aprendizagem. 

Os princípios originais continuam relevantes para compreender a base do modelo pedagógico e ajudam a contextualizar como o DUA evoluiu a partir de abordagens mais amplas de inclusão. Veja os princípios abaixo:

Uso equitativo

Os recursos devem ser acessíveis para todos os estudantes, reduzindo limitações derivadas de características sensoriais, motoras ou cognitivas. 

Ou seja, a equidade se fortalece quando as soluções atendem de forma natural à diversidade existente na sala de aula.

Flexibilidade no uso

Práticas pedagógicas podem ser ajustadas a diferentes estilos de aprendizagem. Além disso, a flexibilidade contribui para que os alunos utilizem os recursos de forma personalizada.

Uso simples e intuitivo

Os materiais e instruções devem ser compreensíveis sem esforço excessivo. Essa clareza melhora a autonomia e reduz erros derivados de interpretações equivocadas.

Informação perceptível

As informações essenciais precisam ser apresentadas de forma clara e acessível em diferentes formatos, permitindo compreensão ampliada.

Tolerância ao erro

Os ambientes e atividades devem permitir tentativas sucessivas, evitando consequências prejudiciais por equívocos iniciais e incentivando a experimentação.

Baixo esforço físico

O uso de recursos e espaços deve exigir esforço mínimo, permitindo que diferentes perfis de estudantes participem.

Dimensão e espaço apropriados para uso e interação

A organização física da sala deve considerar a mobilidade, a manipulação de materiais e a interação entre alunos, favorecendo a inclusão.

Caminhos para fortalecer práticas inclusivas com o DUA

A aplicação do desenho universal para aprendizagem amplia o compromisso das escolas com acessibilidade, diversidade e equidade.

A abordagem propõe um planejamento que considera múltiplas formas de aprender, reduz barreiras e reforça o papel da escola como espaço de acolhimento e participação.

Dessa forma, a perspectiva dialoga diretamente com programas bilíngues, que se baseiam em diferentes formas de representação e expressão para favorecer o aprimoramento linguístico e o desenvolvimento de competências socioemocionais

+ Inclusão na prática: curso aborda a importância e a prática da inclusão na educação

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