A forma como a educação é organizada nunca foi estática. Ao longo da história, diferentes teorias e práticas foram surgindo para responder às necessidades sociais, culturais e econômicas de cada época. Essas formas de pensar e estruturar o ensino ficaram conhecidas como tendências pedagógicas.
No Brasil, elas se consolidaram especialmente a partir do século XX e influenciam até hoje os currículos escolares, a formação docente e a própria concepção de escola. A seguir, confira o que são e conheça as principais tendências pedagógicas existentes!
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O que são tendências pedagógicas?
As tendências pedagógicas são correntes de pensamento educacional que orientam a prática de professores e escolas. Elas indicam como o conhecimento deve ser transmitido, quais métodos devem ser usados e qual o papel de professores e alunos nesse processo.
Essas tendências surgem em resposta às mudanças históricas e sociais, o que explica por que não são estáticas nem exclusivas. Pelo contrário: muitas escolas combinam elementos de diferentes abordagens para atender às necessidades contemporâneas.
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Principais tipos de pedagogia existentes
Os principais tipos de pedagogia se dividem em dois grandes grupos: liberais e progressistas. Essa classificação tem origem nas diferentes concepções sobre o papel da escola e da educação na sociedade.
Enquanto as tendências liberais buscam preservar a cultura e os valores sociais acumulados, geralmente por meio da transmissão direta do professor para o aluno, as progressistas veem a escola como espaço de transformação social e defendem a participação ativa dos estudantes na construção do conhecimento.
A seguir, veja como cada uma dessas tendências se organiza e quais são suas principais características.
Pedagogias liberais
Pedagogia tradicional: tem como foco central o professor, que transmite conteúdos prontos, cabendo ao estudante absorvê-los por meio da memorização e da disciplina. As aulas são expositivas e a avaliação privilegia provas escritas.
Exemplo: uma aula de História em que o professor explica a matéria, o aluno copia no caderno e depois responde a uma prova objetiva.
Pedagogia renovada progressivista: valoriza o aluno como protagonista, estimulando sua participação ativa por meio de projetos e resolução de problemas. O professor passa a ser mediador do processo.
Exemplo: em Ciências, em vez de apenas ouvir a teoria sobre fotossíntese, os alunos realizam experimentos com plantas para observar o processo.
Pedagogia renovada não-diretiva: defende que o estudante deve ter liberdade para escolher o que e como aprender, desenvolvendo sua autonomia e personalidade. O professor atua como orientador, não como transmissor.
Exemplo: em uma aula de Redação, o aluno escolhe o tema que deseja escrever, enquanto o professor oferece suporte individual conforme as dúvidas surgem.
Pedagogia tecnicista: voltada para o mercado de trabalho, busca formar alunos para exercer funções específicas. O ensino é estruturado, com objetivos claros e avaliações voltadas à eficiência.
Exemplo: em um curso técnico de informática, os alunos recebem treinamento padronizado para operar softwares e são avaliados pela execução correta das tarefas.
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Pedagogias progressistas
Pedagogia libertadora: proposta por Paulo Freire, defende que a educação deve partir da realidade do aluno e levar à consciência crítica. O processo educativo envolve problematizar situações vividas para que os estudantes compreendam e atuem na transformação social.
Exemplo: em uma comunidade, os alunos discutem questões como saneamento básico e, a partir disso, desenvolvem projetos de intervenção.
Pedagogia libertária: baseada na liberdade, defende que os alunos participem da autogestão escolar, decidindo junto com professores sobre atividades, regras e organização.
Exemplo: em uma escola, os estudantes ajudam a definir quais projetos culturais serão realizados durante o semestre.
Pedagogia crítico-social dos conteúdos: valoriza o acesso ao conhecimento científico, mas sempre relacionado à realidade social. Busca formar cidadãos críticos e conscientes.
Exemplo: em Matemática, ao aprender sobre porcentagem, os alunos analisam dados de inflação ou pesquisas de consumo, relacionando os números ao cotidiano.
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Outras concepções e influências pedagógicas
Além das tendências liberais e progressistas, outras correntes marcaram a educação no Brasil. Essas abordagens complementam as tendências pedagógicas, reforçando a ideia de que a educação é dinâmica e precisa considerar tanto o desenvolvimento individual quanto o contexto social.
Veja quais são elas:
- Pedagogia Histórico-Crítica (Dermeval Saviani): propõe que a escola seja um espaço de transformação social. Para Saviani, o conhecimento não deve apenas reproduzir a realidade, mas ajudar a modificá-la. O ensino-aprendizagem precisa unir teoria e prática, levando o aluno a compreender o mundo para poder transformá-lo.
- Interacionismo (Jean Piaget): entende o conhecimento como resultado da interação entre sujeito e meio. A aprendizagem ocorre por estágios de desenvolvimento cognitivo, nos quais a criança constrói saberes gradualmente.
- Sócio-interacionismo (Lev Vygotsky): destaca a importância da interação social e da linguagem na formação do pensamento. Defende o conceito de zona de desenvolvimento proximal, em que o aluno aprende mais quando orientado por alguém mais experiente.
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Tendências pedagógicas brasileiras atuais
No século XXI, a educação brasileira incorporou práticas inovadoras, alinhadas à BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e às demandas globais. Essas tendências buscam preparar os alunos para desafios contemporâneos, como o uso da tecnologia e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.
Entre as principais estão:
- Aprendizagem ativa: estimula os estudantes a resolver problemas, trabalhar em grupo e aplicar conhecimentos em situações reais. É usada, por exemplo, em metodologias de sala de aula invertida.
- Ensino híbrido: combina aulas presenciais e online, ampliando recursos e flexibilizando o processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, plataformas digitais e encontros presenciais se complementam.
- Personalização da aprendizagem: leva em conta o ritmo e o estilo de cada aluno, permitindo que ele avance conforme suas necessidades. Um exemplo é o uso de plataformas adaptativas que ajustam exercícios conforme o desempenho.
Além disso, ganham espaço a educação socioemocional, que desenvolve competências como empatia e autogestão, e a educação ambiental e digital, alinhadas a temas emergentes da sociedade.
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Importância de conhecer as tendências pedagógicas
Conhecer e entender as tendências pedagógicas é essencial para professores, gestores e futuros educadores. Elas permitem analisar de forma crítica os caminhos da educação, identificar métodos mais adequados para cada realidade e promover uma prática que torne o aprendizado mais significativo.
Além disso, as tendências pedagógicas ajudam a refletir sobre o papel social da escola. Afinal, compreender se o objetivo é apenas transmitir conteúdos ou também formar cidadãos críticos faz diferença na forma como o currículo é organizado e como as habilidades da BNCC são trabalhadas.
Outro ponto importante é a formação continuada. Professores que dominam esses conceitos conseguem dialogar melhor com inovações educacionais, como o ensino híbrido ou a personalização da aprendizagem, sem perder de vista os fundamentos históricos e filosóficos da educação.
Tendências pedagógicas dialogam com a inovação educacional
As tendências pedagógicas mostram que a educação não é uniforme: ela se constrói a partir de diferentes olhares e se reinventa diante de novos desafios. Ao unir elementos de várias correntes, escolas podem alinhar tradição e inovação, oferecendo experiências de aprendizagem mais completas e significativas.
Nesse contexto, a International School se destaca como referência em inovação. Pioneira em educação bilíngue no Brasil, desenvolve soluções inovadoras para o ensino do inglês, adaptadas à realidade das escolas brasileiras. O programa, presente em todo o país, apoia instituições na adoção de metodologias modernas que tornam a aprendizagem mais significativa.
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