Em um mundo educacional que valoriza o pensamento crítico, a autonomia e o aprendizado ativo, compreender como as habilidades cognitivas se desenvolvem é essencial.
A Taxonomia de Bloom é uma das ferramentas mais conhecidas e eficazes para orientar esse processo, ajudando professores a planejar, aplicar e avaliar práticas pedagógicas de forma mais estratégica.
Criada pelo psicólogo educacional Benjamin Bloom, a teoria organiza o aprendizado em níveis de complexidade cognitiva, mostrando que compreender, aplicar e criar são etapas que se constroem a partir do conhecimento básico.
Em resumo:
- A Taxonomia de Bloom é uma teoria que organiza os objetivos educacionais em níveis cognitivos, ajudando professores a planejar aulas e avaliações.
- Dividida em três domínios (cognitivo, afetivo e psicomotor), a taxonomia destaca como o aprendizado envolve tanto o pensamento e a prática quanto as emoções.
- Revisada em 2001, ela propõe seis níveis de pensamento (lembrar, compreender, aplicar, analisar, avaliar e criar), servindo como guia para elaborar atividades e tornar o ensino mais eficaz e significativo.
Entenda melhor, a seguir, o que é a Taxonomia de Bloom, como ela funciona e de que forma pode transformar a aprendizagem dentro e fora da sala de aula.
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O que é a Taxonomia de Bloom
A Taxonomia de Bloom é uma estrutura hierárquica que classifica os objetivos educacionais de acordo com o grau de complexidade do pensamento.
Desenvolvida na década de 1950 por Benjamin Bloom, a teoria surgiu com o propósito de ajudar professores a planejar aulas e avaliações que realmente estimulem o raciocínio dos alunos, indo além da memorização de conteúdos e promovendo um aprendizado mais profundo e duradouro.
A proposta central é simples: nem todo conhecimento é igual. Aprender um conceito, compreendê-lo, aplicá-lo e criar algo novo a partir dele são etapas distintas que exigem diferentes níveis de raciocínio e envolvimento cognitivo.
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Os domínios da Taxonomia de Bloom
Ao desenvolver sua teoria, Benjamin Bloom e sua equipe propuseram que o aprendizado humano acontece em diferentes dimensões, conhecidas como domínios da aprendizagem.
Cada um representa uma forma de desenvolver competências e habilidades (cognitivas, emocionais e práticas), que se complementam no processo educativo.
- Domínio cognitivo: está relacionado à aquisição, compreensão e aplicação do conhecimento. Envolve as operações mentais que usamos para aprender, lembrar informações, resolver problemas e criar novas ideias. É o domínio mais utilizado em sala de aula e serve de base para a pirâmide de Bloom, que mostra a evolução do pensamento do simples ao complexo.
- Domínio afetivo: envolve as emoções, atitudes e valores que influenciam o aprendizado. Ele se manifesta na motivação, no interesse, na curiosidade e no engajamento do aluno. Trabalhar esse domínio é essencial para desenvolver empatia, respeito e senso de responsabilidade.
- Domínio psicomotor: está ligado às habilidades físicas e à coordenação motora. Inclui desde o desenvolvimento da escrita e da fala até atividades práticas, como experimentos científicos, esportes ou o uso de ferramentas e instrumentos.
Embora todos os domínios sejam importantes, é o cognitivo que mais orienta o planejamento pedagógico.
A partir dele, Bloom criou uma hierarquia de níveis de pensamento, representada pela pirâmide de Bloom, que mostra como o aprendizado se constrói, começando pelo ato de lembrar informações e chegando à capacidade de criar algo novo a partir delas.
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A Taxonomia de Bloom revisada: níveis cognitivos
Em 2001, os pesquisadores Lorin Anderson e David Krathwohl, ex-alunos de Bloom, revisaram o modelo original para torná-lo mais adaptado à realidade das escolas contemporâneas.
A versão revisada reformulou a linguagem e organizou o domínio cognitivo em seis níveis hierárquicos, que indicam como o pensamento humano evolui ao longo do processo de aprendizagem:
- Lembrar: recuperar informações e conceitos já aprendidos;
- Compreender: explicar ideias com as próprias palavras e interpretar informações;
- Aplicar: usar o conhecimento em novas situações ou contextos;
- Analisar: investigar relações, comparar dados e identificar padrões;
- Avaliar: fazer julgamentos críticos e tomar decisões com base em critérios;
- Criar: combinar ideias e gerar soluções, produtos ou interpretações originais.
A partir desses níveis, os educadores podem planejar atividades que estimulem habilidades cognitivas de forma progressiva, favorecendo a construção do conhecimento e o desenvolvimento integral dos alunos.
Veja, a seguir, a famosa pirâmide de Bloom, na forma original e também revisada:

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Para que serve a Taxonomia de Bloom
A Taxonomia de Bloom é uma ferramenta prática e versátil que auxilia na organização do ensino e na elaboração de experiências de aprendizagem mais completas.
Ela serve para orientar o professor em três dimensões principais:
- Planejamento: ao definir os objetivos de cada aula e atividade;
- Ensino: ao escolher metodologias que estimulem o pensamento em diferentes níveis;
- Avaliação: ao criar instrumentos que meçam as habilidades cognitivas de forma equilibrada.
Com essa estrutura, o professor consegue garantir que os alunos não apenas memorizem informações, mas também entendam, apliquem e criem conhecimento, desenvolvendo competências essenciais para a vida acadêmica e profissional.
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Como aplicar a Taxonomia de Bloom na educação
1. No planejamento pedagógico
Ao planejar uma aula, a Taxonomia de Bloom ajuda o professor a definir objetivos claros e mensuráveis, que sirvam de guia para o processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, ao ensinar um conteúdo sobre meio ambiente, é possível:
- Lembrar: listar causas do desmatamento;
- Compreender: explicar como ele impacta o ecossistema;
- Aplicar: propor ações de sustentabilidade na escola;
- Analisar: comparar políticas ambientais;
- Avaliar: defender uma posição sobre o tema;
- Criar: desenvolver um projeto de conscientização.
Essa progressão estimula o avanço cognitivo e favorece o engajamento dos alunos.
2. Na elaboração de atividades e avaliações
A Taxonomia também orienta a criação de perguntas, tarefas e avaliações que se alinham aos níveis cognitivos. Os verbos de ação são essenciais para identificar o tipo de habilidade que se deseja trabalhar.
- Lembrar: “Liste”, “Identifique”, “Cite”;
- Compreender: “Explique”, “Resuma”, “Descreva”;
- Aplicar: “Resolva”, “Demonstre”, “Use”;
- Analisar: “Compare”, “Diferencie”, “Examine”;
- Avaliar: “Julgue”, “Critique”, “Justifique”;
- Criar: “Projete”, “Desenvolva”, “Elabore”.
Usar esses verbos permite ao professor alinhar objetivos, atividades e instrumentos de avaliação, tornando o aprendizado mais estruturado e intencional.
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Aplicação da Taxonomia de Bloom no ensino de inglês
No ensino de idiomas, a Taxonomia de Bloom é uma aliada poderosa para desenvolver habilidades linguísticas de forma progressiva.
Em vez de focar apenas na memorização de palavras e regras gramaticais, o professor pode usar os níveis cognitivos para construir um percurso de aprendizado mais dinâmico e comunicativo:
- Lembrar: memorizar vocabulário e expressões básicas;
- Compreender: interpretar diálogos e identificar significados;
- Aplicar: usar estruturas aprendidas em conversas e atividades práticas;
- Analisar: comparar tempos verbais e funções de linguagem;
- Avaliar: revisar textos e argumentar sobre temas em inglês;
- Criar: produzir histórias, apresentações e projetos originais no idioma.
Essa abordagem ajuda os alunos a pensar em inglês, estimulando a autonomia e a criatividade. Ao mesmo tempo, favorece o desenvolvimento de competências comunicativas e culturais, essenciais para o aprendizado bilíngue.
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Por que a Taxonomia de Bloom é importante na educação atual
Mais de 70 anos após sua criação, a Taxonomia de Bloom continua sendo uma das bases mais relevantes da psicologia educacional.
Sua importância está em permitir que professores e escolas estruturem o ensino de maneira intencional e progressiva, garantindo que cada estudante desenvolva habilidades cognitivas e socioemocionais em equilíbrio.
Além de orientar o ensino tradicional, a teoria se adapta às metodologias ativas e às exigências da BNCC, que valorizam a formação integral e o protagonismo do aluno.
Em um mundo em constante transformação, a Taxonomia de Bloom segue como um mapa cognitivo que ajuda educadores a transformar informação em conhecimento e aprendizado em prática.
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Do conceito à prática: como a Taxonomia de Bloom inspira novas formas de aprender
Mais do que uma estrutura teórica, a Taxonomia de Bloom é um guia para repensar o papel do aluno e do professor no processo de ensino. Ao organizar o conhecimento em diferentes níveis cognitivos, ela ajuda a construir aulas mais dinâmicas, participativas e voltadas para o desenvolvimento integral.
Essa perspectiva está no centro da proposta da International School, pioneira em educação bilíngue no Brasil. Desde 2009, nosso programa bilíngue desenvolve soluções inovadoras para o ensino do inglês, sempre alinhadas à realidade das escolas brasileiras e às necessidades dos alunos.
Presente em instituições de todo o país, a International School promove uma aprendizagem ativa e significativa, baseada em metodologias que estimulam a reflexão, a comunicação e a criatividade, princípios que dialogam diretamente com a Taxonomia de Bloom.
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