A discussão sobre o homeschooling, também conhecido como ensino domiciliar, tem ganhado destaque nos debates sobre educação no Brasil.
O tema envolve diferentes perspectivas: a liberdade pedagógica das famílias, a personalização da aprendizagem e a responsabilidade do Estado em garantir o direito à educação.
Neste texto, abordamos o que é homeschooling, como funciona, qual o seu status legal no país e quais são os principais pontos de atenção para gestores escolares, educadores e responsáveis.
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Homeschooling: o que é?
Homeschooling é uma modalidade de ensino na qual a responsabilidade pela educação formal dos estudantes é assumida pela família, fora do ambiente escolar tradicional.
Em vez de frequentar uma escola, a criança ou adolescente estuda em casa com acompanhamento dos pais, responsáveis ou educadores contratados.
A prática envolve o planejamento da rotina de aprendizagem, definição de um currículo adaptado às necessidades do aluno e maior liberdade pedagógica na escolha de métodos, materiais e avaliação.
Entre as principais características do homeschooling, podemos destacar os seguintes pontos:
- Educação personalizada, centrada no ritmo e nos interesses do estudante
- Autonomia dos pais na condução do processo educativo
- Flexibilidade na rotina e nos ambientes de aprendizagem
- Currículo adaptado, podendo ou não seguir as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Homeschooling no Brasil: é permitido?
A prática do homeschooling no Brasil ainda não é regulamentada por lei federal. Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o ensino domiciliar não é inconstitucional, mas que precisa ser regulamentado pelo Congresso Nacional para que possa ser adotado legalmente. Desde então, o tema vem sendo discutido por legisladores e setores da sociedade.
Em abril de 2025, a Primeira Turma do STF manteve a inconstitucionalidade de uma lei distrital que autorizava o homeschooling no Distrito Federal. A decisão reforça que somente uma legislação nacional pode estabelecer regras para a educação domiciliar.
Atualmente, o Projeto de Lei nº 1338/2022, que busca regulamentar o homeschooling no Brasil, já foi aprovado na Câmara dos Deputados e está em tramitação no Senado Federal.
Em outras palavras, até que haja uma definição legal, a prática não é permitida oficialmente no país, embora haja relatos de famílias que optam por seguir o modelo de maneira informal.
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Diferenças entre ensino domiciliar e ensino tradicional
A principal distinção entre homeschooling e o ensino escolar tradicional está na condução do processo educativo.
Enquanto as escolas seguem uma grade curricular definida por órgãos educacionais, com professores responsáveis por cada disciplina, o ensino domiciliar permite que os pais planejem a formação dos filhos com mais autonomia e flexibilidade.
Comparativo entre modelos:
Aspecto | Ensino tradicional | Homeschooling |
Local de estudo | Escola | Residência ou espaços alternativos |
Responsáveis pelo ensino | Professores e equipe pedagógica | Pais, responsáveis ou educadores contratados |
Currículo | Segue diretrizes da BNCC | Pode ser adaptado à realidade da família |
Avaliação | Exames escolares e notas | Formas variadas, com ou sem provas |
Rotina | Horários fixos e calendário escolar | Flexível e definida pela família |
Quem são os principais envolvidos com o homeschooling?
Mesmo sem regulamentação, o homeschooling no Brasil conta com a atuação de diferentes agentes sociais e educacionais.
- Famílias: ao assumir a educação dos filhos em casa, elas se organizam para planejar conteúdos, buscar materiais de apoio e garantir o desenvolvimento das competências esperadas.
- Associações de homeschooling: existem diversas entidades que reúnem famílias interessadas no ensino domiciliar. Essas organizações oferecem suporte jurídico, trocas de experiências, materiais e orientações sobre a prática.
- Educadores: em alguns casos, profissionais da educação são contratados pelas famílias para ministrar aulas ou acompanhar a evolução do estudante em domicílio.
- Legisladores: são os responsáveis por debater e propor marcos legais para o tema no Congresso Nacional. A regulamentação do homeschooling depende da atuação dessas autoridades.
- Comunidades online: plataformas e grupos em redes sociais ajudam a conectar famílias, educadores e especialistas, promovendo debates e a troca de recursos.
Educação domiciliar e gestão escolar: quais os impactos?
Embora o homeschooling represente uma alternativa à escola tradicional, o debate sobre sua legalização também desafia a gestão escolar.
Questões como a evasão de matrículas, a garantia da qualidade educacional e a supervisão do aprendizado precisam ser consideradas por gestores e formuladores de políticas públicas.
Além disso, a crescente demanda por educação personalizada e a autonomia dos pais no processo educativo têm impulsionado escolas a buscar modelos híbridos, projetos interdisciplinares e práticas de ensino mais flexíveis, respeitando o desenvolvimento individual dos estudantes.
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